Feira em Florianópolis discute novas tecnologias em segurança
Viatura com câmera de alta definição e óculos que registram imagens estão entre as novidades
Câmeras de monitoramento de alta definição, alarmes controlados remotamente e sistema de reconhecimento facial são alguns dos itens que começam a entrar na vida dos brasileiros e apontam tendências na área de segurança eletrônica.
Algumas dessas tecnologias estão na 14ª edição da IACP Interseg – Feira Internacional de Tecnologia, Serviços e Produtos para a Segurança Pública, que ocorre no CentroSul em Florianópolis, até amanhã, fechada para especialistas do setor.
Dados da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese) mostram que o setor cresceu em média 10% nos últimos seis anos no Brasil. Porém, os clientes corporativos ainda são maioria, com 85% do consumo no país.
– O consumidor brasileiro ainda é mais reativo do que preventivo. Então, ele procura o equipamento depois que a tranca foi arrombada – avalia Oswaldo Oggiam, diretor da Abese.
Setor faturou R$ 4,6 bilhões
Câmeras controladas remotamente e sistemas de controle de acesso, como sensores e cercas estão no topo das preferências dos consumidores. De acordo com Oggiam, a força policial, por exemplo, reforçou o investimento em sistemas de segurança há três anos. No levantamento da Abese, os órgãos governamentais respondem por 9% do faturamento das empresas de segurança eletrônica, que em 2013 alcançou R$ 4,6 bilhões no Brasil.
João Carlos Trindade, consultor técnico da feira, ressalta que a demanda por equipamentos de segurança mudou significativamente na última década devido à tecnologia empregada.
– Com a Copa do Mundo, instituições brasileiras fizeram esforço para integrar todos os sistemas para dar uma resposta mais rápida à criminalidade – diz.
CONFIRA AS PRINCIPAIS NOVIDADES DA FEIRA:
O Bioface 68K é um produto que integra leitor de cartão, sistema de senha, impressão digital e reconhecimento facial. O instrutor técnico da CS Comunicação e Segurança — empresa de São José que comercializa o produto — explica que é possível armazenar até 500 faces no equipamento, que é vendido por cerca de R$ 2 mil. O equipamento é uma solução completa em termos de reconhecimento e que pode ser usada em empresas e condomínios.
Helper é um posto avançado de segurança que pode substituir os postos convencionais e deixar policiais mais livres para fazer rondas, por exemplo. O posto conta com botão de emergência para ser acionado pela população, intercomunicador (canal de comunicação direto com a autoridade de segurança), câmeras de gravação e transmissão de imagens, sirene e comunicador.
O sistema é blindado e conta com um sensor de vandalismo, que aciona a sirene, além de poder ser usado para divulgação de campanhas e transmissão de comunicados. Custa cerca de R$ 8 mil por mês e foi desenvolvido pela empresa paranaense Helper Tecnologia de Segurança. Já está sendo utilizado nas cidades de São José dos Pinhais e Pinhais, também no Paraná.
Carro inteligente equipado com tecnologias de radiocomunicação, escaneamento de placas e câmeras de monitoramento. As soluções foram criadas pela Motorola Solutions e são ideias para operações táticas de missão crítica. Elton Borgonovo, diretor de vendas da empresa, conta que o sistema já é comum nos Estados Unidos, mas agora que começa a ser utilizado no Brasil.
O grande diferencial são as três câmeras presentes, duas fazem a gravação da operação, cujas imagens podem ser enviadas em tempo real para o centro de comando. As imagens não podem ser alteradas. Outra câmera central consegue fazer o escaneamento das placas de veículos em movimento e permite a consulta em um banco de dados para detectar regularidades. A tendência, conforme Borgonovo, é a comunicação através de imagens e mensagens de texto para dar mais segurança e agilidade às ações policiais.
A AXONflex é uma microcâmera feita para ser usada em ações policiais. Ela conta com 16 opções de montagem, como instalação no óculos, lapela ou capacete, resistente a baixas e altas temperaturas e à chuva. Conforme Flavio Muniz, supervisor de vendas da Agora Soluções em Telecomunicações, a microcâmera é essencial para garantir a segurança, pois proporciona agilidade da informação armazenada, além de guardar as imagens na nuvem, possibilitando o acesso de qualquer lugar.
Já é utilizada pela Polícia Rodoviária Federal do Rio Grande do Sul e da Bahia, entre outros. Funciona através de Bluetooth. Valor por equipamento fica em torno de R$ 5 mil, dependendo da quantidade de horas, software e opções de montagem.
O bracelete Lifecode começou a ser comercializado no Brasil neste ano e foi desenvolvido para possibilitar o acesso rápido a informações do histórico de saúde do usuário e seus contatos de emergência. Através do software, o bracelete armazena exames laboratoriais, lista de medicamentos, alergias e tratamentos em andamento. Basta conectá-lo a uma entrada USB para ter acesso às informações em sete idiomas. Eduardo Zaidan, diretor administrativo da Lifecode, afirma que o acesso demora cerca de 30 segundos. O produto custa R$ 199.